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“Hino de Santa Catarina deve ser trocado” – Entenda a polêmica | Rota Santa Catarina



“Hino de Santa Catarina deve ser trocado” – Entenda a polêmica

Publicado por Edson Ribeiro em: 10/09/2017 | Categoria: Variedades



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Alguém aí sabe cantar o hino de Santa Catarina? Bom, recentemente achei este artigo no blog Portal Sobre Santa Catarina que defende a ideia de que o hino do nosso estado deveria ser totalmente refeito. Infelizmente não consegui achar o nome do autor deste texto (quem souber, por favor comente abaixo), mas confesso que concordo 100% com ele! Segue abaixo o texto argumentativo:



“Escrito pelo poeta carioca radicado em Santa Catarina, Horácio Nunes Pires e música do pernambucano José Brasilício de Souza (ou seja, nenhum catarinense), o hino tem raízes republicanas (que sempre influenciou Horácio), ou seja, está mais para hino de uma nação e tem traços que refletem a abolição da escravatura. Porque da abolição? Vocês precisam entender que na época que foi escrito o país estava em fervor abolicionista e isto influenciou o poeta. Nosso hino é comemoração da abolição da escravatura e não um hino de um estado. NADA FALA DE SANTA CATARINA, NADA.



O orgulho sulista, sempre presente na região, tem como auge o momento em que as populações cantam o hino do seu estado. Santa Catarina é o único estado do sul em que as pessoas não conhecem direito seu hino e não toca antes dos eventos de futebol.

 

Vamos ao hino oficial de Santa Catarina, introduzido em 1892 e tornado oficial em 1895 pelo governador Hercílio Luz.”

 

“Sagremos num hino de estrelas e flores

Num canto sublime de glórias e luz,”

Não tem nada a ver essa parte.

“As festas que os livres frementes de ardores,

Celebram nas terras gigantes da cruz.”

Nada a ver com Santa Catarina. Está falando da festa que livra as dores dos escravos. Santa Catarina é o estado que menos teve escravos!

“Quebram-se férreas cadeias,

Rojam algemas no chão;”

Está falando da abolição. Cadê Santa Catarina? Isso é hino de estado e não de comemoração!

“Do povo nas epopéias

Fulge a luz da redenção.

No céu peregrino da Pátria gigante

Que é berço de glórias e berço de heróis”

Falando mais de uma país, nação brasileira.

“Levanta-se em ondas de luz deslumbrante,

O sol, Liberdade cercada de sóis.

Pela força do Direito

Pela força da razão,

Cai por terra o preconceito”

Escravatura, comemoração.

“Levanta-se uma Nação.”

Nação? Porque não fala de Santa Catarina?

“Não mais diferenças de sangues e raças

Não mais regalias sem termos fatais,

A força está toda do povo nas massas,

Irmãos somos todos e todos iguais.”

Isso é hino de igualdade, anti-preconceito, abolição…

“Da liberdade adorada.

No deslumbrante clarão

Banha o povo a fronte ousada

E avigora o coração.”

O povo que é grande mas não vingativo

Que nunca a justiça e o Direito calcou,

Com flores e festas deu vida ao cativo,

Com festas e flores o trono esmagou.

“Quebrou-se a algema do escravo

E nesta grande Nação”

Brasil e escravos.

“É cada homem um bravo

Cada bravo um cidadão.”

 

Aqui é a única parte que poderia estar num hino catarinense por ser uma bela frase. Mas Horácio não pensou em nenhum momento no homem catarinense.”



“Vejam que o hino em nenhum momento fala de Santa Catarina. Note que fala de libertar-se de algo. Nada mais é que a escravatura. O trecho “não mais diferenças de sangue e raça” chega a ser ridículo pra querer representar nosso estado. Outro exemplo “quebram-se férreas cadeia e rojam algemas no chão” e “quebrou-se a algema do escravo”. Outro exemplo que fala é do Brasil, de um país e não do estado é “levanta-se uma nação” e “E nesta grande nação”. Isso não é Santa Catarina de forma alguma. O que torna ainda mais enfurecedor é o fato que, como já escrevemos aqui no Portal sobre Santa Catarina, em 2010, o estado teve 84% de população branca de acordo com o censo, a maior proporção do país e a menor de negros, com 2,9%. Imagine então em 1892 quando imigração era teoricamente menor. Santa Catarina teve uma história de imigrantes europeus e não de forte escravidão. A característica do estado não foi de engenho, foi de minifúndios doados para os imigrantes da Europa, principalmente italianos, alemães, poloneses, portugueses e algumas outras pequenas levas do leste europeu. Não tem sentido algum usar Santa Catarina pra introduzir um hino de comemoração da abolição.

 

É necessário que a secretaria de cultura do estado tome vergonha na cara e mude logo esta afronta ao estado mais organizado, disciplinado, seguro e hospitaleiro do país e coloque um hino que represente o estado.

 

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É isso aí, pessoal! Qual a opinião de vocês? Eu, particularmente acredito que Santa Catarina merecia um hino “melhorzinho”, e que de fato representasse melhor nosso estado.
 

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